Paramos primeiro no que é considerado o primeiro registro de ocupação no solo brasileiro, a igreja do Outeiro da Glória, ou o que sobrou dela.
O centro histórico de Porto Seguro
Certamente pouca gente que já foi a Porto Seguro se deu ao trabalho de conhecer onde a cidade nasceu e cresceu, como visto antes, o outreiro da Glória foi o primeiro ponto de ocupação a partir de Santa Cruz Cabrália, onde foi celebrada a primeira missa, como o alto do morro era mais seguro, mas lá não era tanto assim uma vila mais ao sul foi construída, e ali a cidade cresceu.
No caminho um memorial do descobrimento, estava fechado, então seguimos adiante, deixamos para o dia seguinte a visita..
Isso é uma caixa dágua, construída nos anos 70, abasteceu por muitos anos a cidade, e ainda a abastece.
Trechos da carta de Caminha
O mapa da região, nosso roteiro dos próximos dias.
O local é bem sinalizado, apesar que já está na hora de dar uma arrumada nas placas. Quase não dá pra ler o que está escrito.
A visita é guiada, fomos levados por um guia, o Ruy, muito prestativo, deu informações muito interessantes sobre a história da antiga sede do município, sem ele não saberíamos que o lugar só ficou preservado porque no séc XIX decidiram levar a cidade para perto do porto, o que preservou o casario antigo.
Essa é a embaixada portuguesa, a casa anteriormente pertenceu a um médico muito importante, hoje abriga além do consulado, uma espécie de Torre do Tombo, onde estão guardados documentos que remontam à ocupação colonial.
As casas ainda são habitadas apesar de terem sido tombadas pelo Iphan, mas não há dinheiro para desapropriá-las, segundo o instituto, nada pode ser alterado exteriormente, mas muitas foram descaracterizadas por dentro, inclusive tem um caso de três delas terem sido transformadas em uma só apesar de manterem a fachada original.
Parece um cenário de época, tudo bem preservado
O museu de arte sacra estava fechado, tudo porque a cúria não tem como administrá-lo, parece que será colocado à disposição da Universidade Federal da Bahia, mas até agora não soubemos de nada.
Um farol, funcional, sinaliza a posição da cidade, seu formato é uma réplica da Torre de Belém, o lugar é cheio de simbolismos históricos.
Esse é o marco do descobrimento original, a história dele é bem interessante, no século XVIII ele foi encontrado abandonado em Cabrália, e foi levado para dentro do prédio da câmara e cadeia, que também servia de armazén de víveres, e ele ficava guardado na sala onde era estocado o sal e as mantas de carne, daí a história dele ter sido encontrado em um açougue, mas é verdade que afiavam facas nele, o carcereiro afiava seus facões na pedra, pelo menos agora ele está a salvo e preservado.
Esse busto é do capitão-donatário Pedro do Campo Tourinho, é fato que muitos donatários ao receberem as terras sequer se dignavam a ir até lá vê-las, no máximo designando alguém para "tomar conta", não raro abandonando-as.Tourinho no Brasil foi perseguido por não guardar os dias santos, heresia condenada pela igreja católica, foi mandado a ferros de volta à Portugal de onde não mais voltou.
Mais sobre a história dele: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_do_Campo_Tourinho
Conhecer a história dá fominha, e saímos à caça daquela que é a mais baiana das iguarias: O Acarajé, deixamos herbie sob os coqueiros de Porto Seguro e fomos desbravar a passarela do alcool.
E o barquinho vai e a tardinha cai sob o céu púrpura da Bahia
Depois de muitas idas e vindas descobrimos o acarajé e também porque ficamos rodando igual dois doidos e não achávamos, é que ela ainda não tinha montado o tabuleiro, bastou acender o fogo debaixo do tacho pro cheiro do dendê se espalhar pela Praça do Relógio, e, evidentemente, encher de gente, comemos uns dois cada um, o engraçado é que agora na Bahia surgiu o tal do acarajé evangélico, em que a baiana não está vestida com roupas típicas e não vende bebida alcóolica, mas é tão bom quanto qualquer outro, aliás, o preceito está na receita, afinal acarajé é comida de santo, e não importa como você está vestido, existe uma liturgia para fazê-lo, não tirei foto da comida porque estava literalmente com as mão ocupadas, e lambuzadas de dendê, mas deu pra fotografar mais uma aporrinhola ambulante passando pelas ruas.No próximo post mais de Porto Seguro e entraremos em uma Caravela legítima, aguardem.
To gostando. Muito interessante.
ResponderExcluirCaraca, tu é muito detalhista. Estou curtindo muito o blog.
ResponderExcluirViajando de Fusca por aí.