sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A grande viagem - Primeira parte, do Rio até Vitória

A primeira grande viagem ninguém esquece, e nem a última, na verdade todas elas nos marcam por algum acontecimento. Viajar não é coisa corriqueira, banal, é uma virada de página na vida onde você vai atrás de novidades, de lugares nunca visto, de sabores nunca provados, enfim, viajar é tudo, chegar é apenas um detalhe.

Quatro anos atrás fiz uma viagem com herbie pra Bahia, na época estava num processo ruim, uma bad trip existencial eu e minha esposa na ânsia de procurar um novo lugar pra viver. A viagem não foi o que esperávamos, e além das lembranças, um gosto agridoce de quem não tinha aproveitado a chance que se abrira.

Dessa vez foi diferente, resolvemos fazer uma viagem sentimental ao passado, a minha esposa, Deize, queria ir ao Espírito Santo, lugar para onde ela viajou muito durante sua juventude, muitas vezes sozinha, espírito de mochileira viajando de ônibus e dormindo em albergues, e eu também queria ver lugares que tinha visitado a mais de quinze anos, no sul da Bahia, e é esta viagem que vou narrar agora.

Dia 1, a partida.





Na ponte, às sete da manhã, sol na cara, um azul de céu de brigadeiro, Deize testando os recursos da câmera recém adquirida, aprovada no quesito contraluz.



Niterói-Manilha com trânsito intenso descendo pro Rio.


Passando por Silva Jardim

Parada rápida pro lanche antes de Casemiro de Abreu, numa parada chama "Sabor do Sítio", muito bom o pão com linguiça acompanhado de um café caprichado, ajudou a acbaar de acordar da noite mal-dormida (viajar sempre me deixa ansioso). Na foto testando o zoom da camera, Herbie limpinho, limpinho.

Lugar simpático, aprovado.


De volta pra estrada, foi uma parada estratégica, pois alguns quilometros adiante a Autopista Fluminense tentando justificar o direito de cobrar pedágio, fazia vários "siga e pare" na estrada com trechos (de pista simples) sendo recapeados, ou tapando buracos mesmo, e muitos funcionários arrumando o acostamento ou cortando a grama na beira da estrada. se não tivéssemos parado antes teríamos ficado muito chateados, e com fome é claro.

Chegando em Casimiro de Abreu

Passando pelo portal da cidade.

Lá atrás um FNM sendo ultrapassado por um ônibus (clique pra ampliar), até que ele estava rápido, a uns 80 por hora, mas lento demais para o trânsito da estrada.


Pedágio, o primeiro de muitos ( depois do da Ponte, obrigatório né?)

Morros

Canaviais

E caminhões, na foto um bi-trem, e esse era até pequeno.

Uma longa reta, a primeira de muitas, já estava preparado psicologicamente para isso.

Mais uma parada, já bem perto de Campos, evitava parar em cidades grandes para não perder muito tempo, essa tinha tudo o que precisávamos.

Até Wireless, Deize e seu copão de coca-cola (eu mandei pra dentro um copão cheio de café e ainda filei o refrigerante dela), deu pra fazer uma checagem na web, ainda estávamos dependentes de internet, mas não tínhamos um 3G pra conectar de qualquer lugar, logo ficávamos na dependencia dos hotspots que íamos encontrando.

Arrumando os pedaços de Herbie que teimavam em soltar, no caso o aro do farol

Aro colocado, limpar as mãos e cair na estrada.

E tome ônibus chegando.

Em campos atravessando o Paraiba do Sul ainda gordo das chuvas recentes.

Ponte General Dutra, uma estrutura impressionante, parecida com a recém-demolida ponte dos arcos na Rodovia Pres Dutra. Devem ser da mesma época.

Pedágio chegando, mais um

Pelo menos a estrada estava boa em sua maior parte.
Montanhas ao longe


Depois dessa foto a bateria da camera morreu, ainda bem que tínhamos o celular pra quebrar o galho:

Fim da concessão, divisa entre Rio de Janeiro e Espírito Santo

A estrada começa a mudar, saem as planíceis e chegam as montanhas.

O asfalto começa a piorar sensivelmente, e o tráfego de caminhões (os motoristas deviam ter saído da siesta do almoço) aumenta, começam a aparecer os primeiros sinais de cultivo extensivo de reflorestamento para celulose, os pinheirais a perder de vista. Pegamos a primeira saída da BR-101 para fugir do trânsito intenso, saímos em Marataízes, e fomos subindo em direção a Iriri, local onde iríamos ficar.

Praia em Marataízes, meio parecido com a região dos lagos, uma Bacaxá crescida por assim dizer.

Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, gosto de fotografar igrejas pelo caminho, elas dizem muito sobre a força da religião sobre a população local e também da importância econômica que teve no passado, já que as igrejas eram uma forma de mostrar poder.

Ao longe podíamos ver os contrafortes dos morros, nosso destino estava lá longe.

Chegamos na pousada, tomamos um banho, deixamos as malas e fomos passear um pouco já que ainda era relativamente cedo, fomos até o pontal de Ubú, na praia de mesmo nome.
Ubú vem de "aba ubu" que na lingua indígena quer dizer "o corpo caiu", é que quando o Padre José de Anchieta morreu, seu corpo foi levado até Vitória, a pé, pelos índios, e nessa praia o corpo caiu da maca em que o trasportavam.

Resolvemos almoçar aí, o lugar me pareceu simpático, mas era muito melhor do que esperávamos.

Olha o tamanho da panela de peixe que veio, junto com camarões e eteceteras, divino, e nem foi mico tirar foto da comida, tava todo mundo fazendo isso, também, basta olhar para as paredes para ver que o Guia 4 Rodas vai lá todo ano só pra renovar o selo de qualidade deles, porque a comida é fenomenal. Não é barato, mas nada astronômico, vale a pena reservar um dinheiro pra ir lá e comer muito bem. E a nossa viagem gastronômica (porque não?) estava só começando.

Herbie esperando a gente fazer a digestão, depois nós iríamos lá atrás naquele hotel que tem um mirante.

Visualzinho mais ou menos, não?

Primeiro dia fechado com chave de ouro: 447km percorridos, primeiro pela BR 101 até a entrada para Mataraízes, recomendo porque ir até Iconha aturando aquele monte de caminhão no cangote é um saco, chegando em Mataraízes é só seguir a Rodovia do Sol até Piúma, atenção nas coisas de sempre quando se atravessa cidades do interior: lombadas mal sinalizadas, pardais, motoristas distraídos, motos (muitas), bicicletas (mais ainda).
Piúma é uma pequena cidade, praticamente agregada a Grande Vitória pela Rodovia do Sol, pedagiada e cara (melhor ir e voltar pela BR-101 apesar da caótica saída de Vila Velha.

Depois tem mais.

5 comentários:

  1. Essa quantidade de pedágios é absurda, com os impostos que nós pagamos seria mais do que obrigação ter estradas decentes.

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  2. Estou adorando fazer esta viagem.
    Vambora !!!!
    :-)))

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  3. Tu tinha que parar num lugar chamado Arco-Íris, né sua biba?
    Coloca aquela paradinha de avisar quando tem um novo recado aqui...

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  4. Ainda bem que hoje em dia temos a Internet e com esses Blogs podemos deixar registrados e compartilhar com os internautas momentos bacanas como esses.

    Se puder Passe no meu que é o: http://come-poeira.blogspot.com/

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  5. Qualquer dia desse vou sair do interior de sao paulo rumo a bahia,com meu porvinha 74.Em breve vou postar a minha historia com muitas fotos ate breve!!!!!!!!!!

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