terça-feira, 1 de março de 2011

Dia 8 - Ilhéus, terra de Jorge Amado

Pois é pessoal, dei outra parada no blog, primeira semana séria de faculdade, professor cobrando trabalho e coisa e tal, mas a viagem não acabou, pelo menos os relatos, então vamos a ela, finalmente, vamos ver se até o fim do carnaval acabo de contar essa história porque outras virão.

Ficamos dois dias em Porto Seguro, três se contarmos a nossa chegada, andamos bastante e conhecemos tudo o que dava pra conhecer, descartamos passeios de saveiro pois era turistada demais pro nosso gosto.

Mas antes de sairmos de Porto Seguro precisávamos dar um jeito em herbie, pois a luz de freio tinha parado de funcionar e isso é um perigo, principalmente na Bahia em que o pessoal anda colado na traseira dos outros, perigava da nossa viagem acabar ali numa distração de alguém, como no dia anterior tínhamos rodado bastante em cima de paralelepípedos em Arraial D'ajuda, subidas e descidas íngremes, imaginei que tivesse algum fio solto, fusível, ou até mesmo o interruptor, mas tem um problema, no Fusca pra alcançar o interruptor tem que meter a mão por dentro do paralama esquerdo, lá dentro fica o cilindro-mestre do freio e na ponta dele o interrutor rosqueado, é igual ao sensor do óleo do motor, mas com dois terminais, um de entrada e outro de saída. O jeito é tirar a roda fora pra melhorar o espaço.

O gato-mestre aqui resolveu testar ele próprio, se tivese queimado o interruptor unindo os fios a lanterna traseira acenderia, e foi o que aconteceu, não sem antes o macaco me pregar um susto derrubando o carro sem a roda estar presa direito, a sorte é que ela ficou presa dentro do paralama e o carro não bateu no chão, e também o fato de eu não estar embaixo dele ajudou apenas ter sido um grande susto.

Resumo da bagaça: saindo da cidade, junto ao aeroporto, uma grande loja de peças, parei pedi o interruptor de freio, me venderam, R$ 10,00, fui na oficina ao lado, e pelo mesmo valor o mecânico trocou a peça, total de despesas: R$ 20,00, por isso eu adoro viajar de Fusca, se fosse outro carro com aqueles sistemas multicomplexados iam estar até agora tentando resolver o problema.





Luz de freio funcionando, pé na estrada, o objetivo agora era Ilhéus, 300km de asfalto, agora entrando na Costa do Cacau.




No começo a estrada era nossa velha conhecida até Eunápolis, pegamos algumas pancadas de chuva forte, mas rápida, reencontramos a BR-101 e vamos em frente, agora era chegar logo em Ilhéus.



A estrada muda um pouco nesse trecho, saem as plantações de eucalipto e volta a mata nativa com força o relevo continua acidentado, subimos uma serra grande perto de Itapebi, paramos rapidamente em um posto no alto da estrada, deu até pra tirar uma fotinha com o celular mesmo.



De repente numa curva longa em descida, vejo as luzes de freio de uma carreta, com o alerta ligado, sinal de problema grande à frente, e eu tinha acabado de ultrapassar um caminhão-tanque, meu medo era que ele viesse embalado na curva cega e não conseguisse parar, foram momentos de tensão, primeira engatada, ao primeiro sinal de que ele não conseguiria parar eu ia acelerar o carro pelo acostamento torcendo pra ele não acertar com força o caminhão que estava na minha frente, graças a Deus o motorista era consciente, vinha numa velocidade baixa, sinalizou com muita antecedência e parou de forma segura, atrás dele vinham outros caminhões, logo formamos uma longa fila. Com o engarrafamento ficamos batendo papo e muitos ficaram curiosos em ver um fusquinha viajando tão longe de casa.

O motivo estava logo à frente, um acidente pavoroso, numa curva antes de uma ponte estreita, uma carreta colidiu com um caminhão pequeno que vinha em sentido oposto, na verdade a parte do reboque rabeou na pista molhada (estava chovendo naquele momento) e bateu de frente no caminhão, o impacto foi tão forte que um dos eixos da carreta se desprendeu, infelizmente o motorista do caminhão que foi atingido morreu no local.


Passando esse trecho chegamos a Itabuna, a estrada de acesso a Ilhéus fica depois da entrada de Itabuna, passando ao largo desta, no início a estrada é horrível, passando por um lixão e algumas casas na beira da estrada, o asfalto é péssimo, mas alguns quilometros adiante melhora bastante, inclusive atravessando uma região de mata nativa espessa, parecendo uma área de preservação, nesse percurso se observa o manguezal à beira da estrada muito bem preservado.



A chegada na cidade é um tanto caótica, ruas apertadas, caminhões, esse daí tava faltando até uma roda do eixo traseiro.
Seguimos em direção às praias do sul, onde o guia indicava onde estariam os hotéis e pousadas, passamos pela ponte e seguimos as placas.
Nessa região ficam alguns hotéis, mas a maioria caros demais.



Indo na direção sul não achamos nada interessante, resolvemos então voltar até o centro, ainda era cedo e não estávamos tão cansados que não pudéssemos dar uma boa olhada na cidade, aliás era dia da festa de Iemanjá, que na Bahia ganha ares de feriado, muita festa, fogos e barcos no mar apinhados de gente levando oferendas:










Atravessando a ponte Lomanto Júnior de volta para o centro de Ilhéus, estão prevendo a construção de uma segunda ponte, só espero qeu não seja pedagiada como a de Vitória, senão não vai adiantar nada, o pessoal vai continuar seguindo na ponte velha.




Andando pelo centro histórico




Andando pela orla, e eu fazendo palhaçada dentro do carro pra dar uma descontraída.



Mirante do Canhão, o marco zero da cidade, uma vista lindíssima do rio.





E da cidade atrás também

Um Carajás vitaminado, a partir desse momento da viagem a Deize decidiu que quer um Gurgel, e passou a fotografar todos os que viu pela cidade, e pior é que tinha bastante, nos mais variados estados de conservação.

Para quem já leu Jorge Amado, aquele é o Vesúvio, o bar do Nacib do livro Gabriela Cravo e Canela.

A vista da janela do hotel, simplesmente ao lado do Vesúvio e da casa de Jorge Amado e nem foi tão caro assim, R$ 140,00 a diária, padrão muito bom, nada extremamente luxuoso, mas muito bem servido, é o Ilhéus Praia Hotel , bem no centro da cidade, melhor localizado impossível.




Devidamente hospedados saímos à noite, e é claro que o nosso destino foi o Vesúvio, o lugar que foi palco das histórias de Jorge Amado não podia ficar fora do nosso roteiro.




Um belo fecho de um dia de viagem desgastante.

Um comentário:

  1. É muito perigoso mesmo, encontrar um caminhão parado na pista. Já me aconteceu muitas vezes e sempre me da um frio na espinha, principalmente quando não tem acostamento para usar numa emergência.

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