Onde? Como? Por quê?

Viajar é uma arte, viajar com um automóvel então, ainda mais se ele tiver mais de trinta anos e não for um exemplo de conservação, pelo contrário, maltratado por anos de uso intenso, vários donos, re-reformado várias vezes ao longo de sua vida, e que finalmente quando estava quase a se transformar em um escombro, encontra um louco que o salva do fim inglório de uma máquina honesta de levar gente de um lado para o outro.

O louco sou eu, e a máquina é "herbie", o meu fusquinha, bege, tão bege, cor ordinária de tantos Fusca que rodam pelas grandes e pequenas cidades do nosso Brasil afora, que eu costumo dizer que fazemos parte do "Fusca bege clube", o clube dos Fusca de uma única cor, pois são tantos que podemos à vezes fazer flash mobs espontâneos pelas ruas e estradas.

Esse blog vai contar a nova vida de Herbie, desde do seu "achamento", quando minha esposa disse que eu parecia um garoto de cinco anos querendo adotar um cachorrinho pulguento achado na rua, o cachorrinho era o Fusca, claro, e de lá pra cá foram anos de paixão e ódio. Pelos lanterneiros ineptos, pelos acidentes, pelas viagens sensacionais, pelos sufocos, mas acima de tudo, uma paixão pelo carro que motorizou o Brasil, e até hoje é novidade por onde passa. Pricipalmente se você tiver uma placa RJ e estver em Porto Seguro, por exemplo, ninguém acredita que você chegou até ali dirigindo "aquilo", e ainda duvida que você possa ir mais longe.

Dê-me um Fusca - e gasolina suficiente - que darei uma volta ao mundo. E é essa história que começarei a contar agora.

Na foto, Herbie em Monte Pascoal, Bahia, em 31 de janeiro de 2011, a caminho de Ilhéus.